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Consciência social X violência estrutural

Atualizado: 13 de nov. de 2019


No Brasil, um país violento e de muita desigualdade social, distingue-se teoricamente alguns tipos de manifestações da violência, nos fixaremos aqui à violência estrutural, que é aquela que incide sobre a condição de vida, a partir de decisões histórico-econômicas e sociais-culturais de um país, tornando vulneráveis as condições de crescimento, desenvolvimento e manutenção da qualidade de vida. Por ter um caráter continuo e se apresentar sem a intervenção imediata única de um indivíduo em si, mas sim de uma realidade coletiva e macro, essa forma de violência aparece “naturalizada”, como se fosse normal existir e que “não tem nada que possa ser feito para diminui-la ou elimina-la”.

Esse pensamento é resultado da “contaminação” sócio-cultural-educacional que limita nossas possibilidades de pensar e vislumbrar diferente. A intervenção específica necessária para diminuir a violência estrutural é de cunho governamental (país, estado, município) desenvolvendo políticas públicas e planos de ação para reduzir as imensas desigualdades sociais, ampliar o acesso à saúde, educação, lazer, transporte, empregos (etc.), e com isto elevar a qualidade de vida e incentivar e propiciar a possiblidade de uma população melhor estruturada socialmente e com mais recursos culturais e educacionais para se representar e solicitar a resolução, por parte dos órgãos competentes, dos problemas da sua rua, comunidade, bairro, região ou cidade.

E também reivindicar por seus direitos básicos como cidadão: saúde, educação, transporte, saneamento básico entre outros.  

Enquanto indivíduos podemos fazer um grande diferencial, seja atuando no nosso micro núcleo de forma a disseminarmos valores, credos e crenças condizente com o respeito ao próximo e as diferenças existentes na forma de ser e agir de cada pessoa, a não violência, o não preconceito e o dialogo como instrumento maior de resolução de conflitos. Seja nos posicionando socialmente frente à violência estrutural existente exigindo uma postura mais efetiva das

autoridades competentes. Nossa voz pacífica deve ser ouvida e nossas necessidades solucionadas.

Precisamos ser reeducados em relação a nossa postura frente à realidade que nos afeta negativamente. 

É consenso do conhecimento teórico - e prático - em várias áreas do estudo humano, dizer que a conscientização saudável se faz com amor, conhecimento, trocas, respeito, diálogo e com limites.

Como pessoas, independente da idade, precisamos de parâmetros e modelos para atuar de forma adequada, construtiva e organizadora, a cada situação nova e inesperada que surge na vida e que tenhamos que nos posicionar, resolver e superar. O indivíduo é a “primeira célula” da sociedade - que dá origem à família, que é a “célula mater” da sociedade - e tem uma força que muitas vezes não tem consciência.





Anderson Zenidarci


Psicólogo Clínico, Mestre em Psicologia da Saúde, Coordenador e Professor de Pós-Graduação em Psicossomática e Transtornos e Patologias Psíquicas, Supervisor Clinico, Pesquisador, Colunista da revista Psique: Ciência e Vida, Autor de dois livros sobre psicologia: 99 Procedimentos facilitadores em processos psicoterápicos e Adoeci! Por quê? 

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